Balanço sobre o primeiro ano do projeto Apice On nas maternidades
Mais de 200 profissionais participaram do II Seminário Local de
Aprimoramento e Inovação no Cuidado e Ensino em Obstetrícia e
Neonatologia (Apice On), encerrado na tarde desta quarta-feira, 7/11,
com a realização de um balanço sobre o primeiro ano de implantação do
projeto nas maternidades de Manaus.
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Foto: Divulgação / Semsa |
A enfermeira da Maternidade Dr. Moura Tapajóz, Valéria Bentes, e a
administradora Sônia Couto Balbi, representante da Maternidade Ana
Braga, falaram sobre as experiências, desafios e conquistas e fizeram
uma retrospectiva das ações realizadas em suas respectivas maternidades
ao longo do último ano.
“Os desafios são inúmeros, mas os pequenos avanços apontam que
estamos no caminho certo. Acolhimento humanizado, práticas de cuidados
ao parto e nascimento baseados em evidências, vigilância de
morbimortalidade materno-infantil, fortalecimento da gestão
participativa e integração de ensino-formação e serviço hoje são
diretrizes que direcionam nossas ações e nos trazem metas possíveis de
alcançar”, avaliou Valéria Bentes.
Durante o segundo dia de evento, outros temas foram apresentados e
discutidos com a plenária, entre representantes do Ministério da Saúde,
das secretarias estadual e municipal de Saúde e profissionais de
hospitais de ensino e instituições formadoras.
As atividades do dia abordaram questões relativas à atenção à mulher
vítima de violência sexual e em situação de abortamento. A interrupção
da gestação nos casos previstos em lei foi apresentada pela assistente
social Maria das Graças Soares Prola, do Instituto da Mulher Dona Lindu.
A enfermeira do Serviço de Atendimento a Vítimas de Violência Sexual
(Savvis) do Dona Lindu, Gisele Cristine Bataglia, falou sobre a atenção
humanizada ao aborto nos casos previstos em lei para vítimas de
violência sexual.
A médica obstetra Cristiane Pacheco, da Moura Tapajóz, e a enfermeira
Andreza Mendes, representante da Maternidade Ana Braga e professora da
Faculdade Metropolitana de Manaus (Fametro), trataram sobre a
assistência às mulheres em situação de abortamento e sobre a percepção
de discentes e docentes sobre essa assistência.
Finalizando o período da manhã, a coordenadora do curso de pós-graduação em Enfermagem em Ginecologia e Obstetrícia, do Centro Universitário Uninorte,
Adriana Duarte, abordou os sentimentos expressados e vivências sobre a
assistência de enfermagem a mulheres em situação de abortamento.
“Precisamos conversar bastante sobre essas questões dentro do
serviço, temos que colocar em roda, ouvir a posição dos profissionais e
definir equipes para avançar na assistência a essas pessoas, de modo que
não haja possibilidade de revitimizá-las no momento do acolhimento”,
destacou a assistente social Loiana Melo, mediadora do Apice On no
Amazonas.
A programação da tarde abordou discussões sobre assistência ao
recém-nascido na sala de parto, com a pediatra Rossiclei de Souza
Pinheiro; a vinculação da gestante em rede, com a gerente de Enfermagem
Maryângela Araújo e a diretora-geral Rafaela Farias Gomes da Silva, da
Maternidade Balbina Mestrinho; além da Estratégia Qualineo, com a
enfermeira Cilícia Aquino e as estratégias para redução de cesárea.
“O maior aprendizado nesse primeiro ano de projeto é que o caminho
para qualificação da assistência materno-infantil precisa ser uma
construção coletiva entre gestão, formação e atenção, bem como de
corresponsabilização entre as classes profissionais”, concluiu Angélica
Marocchio Tavares, diretora da Maternidade Dr. Moura Tapajóz.
Apice On
O projeto visa contribuir para a implementação e capilarização de
práticas baseadas nas atuais evidências científicas em hospitais de
todos os estados brasileiros. Por meio de ações de qualificação, o Apice
On engloba os temas de atenção ao parto, nascimento e abortamento;
saúde sexual e saúde reprodutiva; e atenção humanizada às mulheres em
situação de violência sexual.
No Amazonas, são credenciadas e fazem parte do projeto a Maternidade
Estadual Balbina Mestrinho, o Instituto da Mulher e Maternidade Dona
Lindu, a Maternidade Ana Braga e a Maternidade Municipal Dr. Moura
Tapajóz.
O lançamento oficial aconteceu em 24 de agosto do ano passado pelo
Ministério da Saúde, em parceria com a Empresa Brasileira de Serviços
Hospitalares (Ebserh), Associação Brasileira de Hospitais Universitários
de Ensino (Abrahue), Ministério da Educação e Instituto Nacional de
Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira
(IFF/Fiocruz), tendo a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) como
instituição executora.
A ideia do Apice On é qualificar e ampliar a atenção obstétrica e
neonatal em hospitais de ensino, universitários ou que atuam como
unidade auxiliar de ensino. A proposta já abrange 100 hospitais que
realizam atividade de ensino em todos os estados brasileiros.
Entre 2017 e 2020, a previsão de investimento no projeto deve atingir R$ 13 milhões.
Texto: Marcella Normando/Semsa
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